quinta-feira, 5 de março de 2009

A AVE DO AMANHECER NEGADO


Acordei com o frio da morte nos pés.
Me agasalhei com a manta que a Nona me fez.
O terraço exibia um estranho filme.
Um filme que não sabemos se é noite ou dia.
Aquele espaço de tempo que o mundo parece coberto por sombras.

Enquanto o sol não me aquecia, peguei um cigarro.
A fumaça levantou vôo e encontrou um corvo.
Perguntei, baixo, sussurrando como em um velório:
"Quando seremos nós mesmos?"
A ave agourenta passou, rasante, e posso jurar que me encarou, dizendo,
"Nunca mais."
.
.
.
Texto by: Salem
Arte by: Cadjoo

4 comentários:

Unknown disse...

Oba! Minha gravura Carlal favorita com um ótimo texto! Gostei, Rodrigo, ficou muito legal!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
BAEA disse...

Valeu! Desculpa num ter respondido antes, mas o e-mail não tava configurado.