terça-feira, 9 de junho de 2009

A quietude do caos


Ali, bem pertinho, um garoto segurava um balão branco
Sua mãe, nervosa e inquieta, falaou em tom grosseiro:
"Segure essa corda direito, menino. Senão o balão escapa"

O menino não se fez de rogado:
Largou a cordinha.

A mãe tentou pegar, pediu ajuda para um bombeiro.
O bombeiro deixou uma mulher cair, mas não segurou o balão.
Um pedreiro no andaime pulou e pegou a cordinha,
Mas se espatifou no chão

O balão voou mais serelepe
E o pai finalmente chegou para o resgate
Atropelou três velhinhas para alcançar o fio
Não adiantou
Seu carro pulou e afundou no rio

O balão continuou sua inocente fuga
Um pássaro fez sombra na terra e beliscou a corda
Mas o caçador estava por perto
E somente viu sua ave morta

E o balão subiu, subiu e subiu
A criança sorriu, sorriu e sorriu
Mas quando a mãe olhou
Ela não estava mais lá
.
.
.
Texto by Salem
Arte by Cadjoo

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